Os jogos, no ensino da Matemática, não só estimulam o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, como também propiciam a interação e o confronto entre diferentes formas de pensar. Eles permitem aos alunos vivenciarem uma experiência com características sociais e culturais, provocando a aquisição de regras, a expressão do imaginário e a apropriação de conhecimentos.
O jogo é, em geral, uma atividade que envolve dois ou mais jogadores, que tem um objetivo comum a ser alcançado e regras preestabelecidas. Aquele que primeiro alcançar o objetivo respeitando as regras, será o vencedor. Dependendo do jogo, os alunos podem assumir diferentes papéis: interdependentes, opostos ou cooperativos. Os jogos possibilitam o desenvolvimento de estratégias, o estabelecimento de planos e a avaliação da eficácia das jogadas de acordo com os resultados obtidos.
Jogando, os alunos vivenciam situações matemáticas que, se comparadas a atividades repetitivas, exigem soluções vivas, pensadas, originais e rápidas. Por seu caráter lúdico, os jogos permitem que os alunos executem repetidas vezes diferentes cálculos (por exemplo, soma dos pontos de dois dados) de forma muito mais significativa do que ao efetuar uma lista de operações descontextualizadas.
Os jogos não possuem o “estigma” dos problemas. Eles permitem a exploração e a solução de problemas num ambiente relativamente livre de pressões e avaliações, ou seja, num clima bastante adequado à investigação e à busca de soluções.
Os erros e fracassos durante os jogos, geralmente, são encarados de maneira desafiante, permitindo que o aluno desenvolva sua iniciativa, autoconfiança e autonomia. Os erros podem ser revistos de forma natural durante as jogadas, sem deixar marcas negativas nos jogadores, o que propicia novas tentativas.
O papel do professor durante os jogos é muito importante, podendo abranger diferentes funções:
• Organizador da aprendizagem: escolhe o jogo; decide questões relacionadas ao espaço, tempo e material utilizado; apresenta o jogo e suas regras.
• Consultor: fornece informações necessárias ao desenvolvimento do jogo; retifica regras e confere resultados.
• Mediador: promove o confronto de estratégias usadas pelos alunos e debates sobre os conteúdos abordados no jogo.
• Avaliador: analisa o desenvolvimento da atividade, a atuação dos alunos e o envolvimento da classe.
• Elaborador: propõe novas atividades, após o jogo ou antes dele, e as insere em seqüências didáticas planejadas.
Já o papel do aluno, durante os jogos, deverá ser o de:
• Ouvir atentamente as regras e levantar dúvidas antes e durante o jogo;
• Discutir diferentes situações, colaborando para resolvê-las e chegar a um consenso;
• Ouvir colegas e professor, percebendo-os como fonte de informação;
• Ouvir as soluções dadas pelos colegas, analisando-as, questionando-as e incorporando-as quando pertinentes;
• Construir e argumentar suas próprias estratégias com os colegas;
• Saber lidar com situações de vitória e de derrota;
• Auto-avaliar-se quanto a sua postura e aprendizagem no jogo.
O jogo promove o desenvolvimento de várias habilidades. Então, é esperado que jogos dos mais diversos tipos façam parte das propostas de trabalho. Cabe ao professor avaliar a adequação desses jogos para utilizá-los ou recriá-los com os alunos e assim perseguir um objetivo traçado para determinado momento.
Bibliografia: Padovan, Daniela. Matemática: ensino fundamental/ Daniela Padovan, Isabel Cristina Ferreira Guerra, Ivonildes dos Santos Milan – 1.ed.-São Paulo: Moderna, 2001.
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